quinta-feira, 28 de outubro de 2010

It means freedom

Tudo começa com nossas angústias, todo esse furor nos leva até ao ponto de criar esse vazio que nos dá a impressão de que não tem fim. Ilógico é pensar o quanto o mundo não dá tempo para nossa própria ideia. Porque caminhar para o vazio interno nos faz andar a passos largos diante a falta de escolhas.

O mundo me fez acreditar nesse ímpeto, nessa força louca para fugir desse vazio desnecessário. Porque lidar com esse bombardeio de possibilidades me dá mais tempo de afogar as coisas que me preenchem. O que mais há em tudo isso é somente esses próprios caminhos tortos que espero sempre caminhar, independente de colocações e fatos. Não precisa explicar.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Senti[n]do


Sereno é o momento da derrota. Quando tudo parece convergir para a estabilidade, as coisas desmoronam. Eu não sei desistir dessas coisas. Não quero mais sugerir momentos e depois ver que tudo não passou de pensamento. Quero mais é buscar, porque quem busca ainda tem esperança e esperança não é para qualquer um. Porque desejo faz parte do ser e aproximação não é algo que se joga. Não há como divergir.

Amor não é exclusividade. Amor é saber agir e não destruir. Aqui eu me determino, na minha mente eu construo esperança e não é em ações que ela se alimenta: ela já existe em mim, ela já me deixa viver, porque sem esse pensamento não sou nada. Construir momentos e colocar as coisas no lugar não deveriam ser habilidades de poucos, e a mente que mistura tudo não deixa crescer nenhum momento além do tosto tédio de sempre.

Quero estabilizar, quero converter as coisas para as coisas simples porque eu posso! E nenhum termo de truculência vai me deixar dizer o que eu quero. Pensaria ser possível crescer, aceitar, construir minha base, minha própria estrutura, mas não posso perder a esperança. Não entende? As coisas são construídas, engenhadas na pretensa estabilidade que só o conhecer pode nos mostrar. Amor não é esperar a prisão. Amor é sublime e não se escolhe. Amor é fruto de uma construção e não é fruto de um twist na mente.

Bastar-se a si mesmo é uma coisa difícil. Sim, precisa de baques, mas entendo bem tudo isso. Porque aprender é uma coisa difícil, mas mostrar, demonstrar o que aprendeu é uma coisa mais difícil ainda, porque isso sim depende dos outros. Porque fraqueza é fácil de identificar. Fraqueza é algo que exala. Já firmeza é algo que imprime, que leva tempo. Não sou o mesmo e a cada minuto tudo gira para compreensão. Na medida em que renascemos criamos escopo para continuar.

Ao escrever existo porque aqui o tempo vai onde posso, porque sigo o tempo da minha consciência e posso dizer o que quero, não o que minha mente ansiosa quer dizer. Aqui o tempo é meu e não preciso fazer sentido.

sábado, 16 de outubro de 2010

Um Filme



Antes se buscava nossos passos
colocava nos laços a culpa de viver
não, amor, as coisas não se ligam
se fazem imunes em sentido
Impunes construídos na vertente do saber.

Depois acha um caminho de flashes,
de sonhos relatados em momentos
de contos e molduras esquecidos
nas alucinações pedidas sem preces

Passou a iludir sem ela
em primeiro o lugar dela
Mesmo que sumir da cela
Encontrar

Sumindo na vida essa história
de somar sem encontrar problema
Desse esquema de dividir demoras
Tão rápido foi embora esse nome
Minha alma some no prazer prolongado do momento

A alegria do cansaço, do sopro de suor
Que impregna o símbolo do caminho alcançado
do rosto alçado na categoria da sorte
Amordaçado nas construções do sono.

A felicidade me pegou de jeito
me chamou para andar

Mas não tem jeito
ela me fez sujeito
de um filme sem falar.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Construir

Façamos, ao deixarmos em aberto a estada do saber, uma abertura lógica sobre a necessária introdução. Abramos nós por osmose o conjunto de acasos que nossa leveza não segue. Podemos começar de um encontro? Ou um diário malformado com anotações pesadas sobre os segundos de uma vida maldita: não sei como começou a briga. Talvez, quase com certeza, veio do atrito mórbido daquela frase-mor de toda fagulha acesa. Não queria convencê-lo a fazer aquilo. O murro não foi tão forte, mas conseguiu manter a linha crescente de ruptura. Esta separação começou há muito, internamente, paralela aos internos e individuais conflitos. Vidas opostas não podem ser desconsideradas no espaço-tempo desta tangente infinita que, por eu não discutir mais, também me é vago o link de lembrança dela na vida cotidiana.

Andava olhando com passos largos, com olhares rápidos à procura de formas e fatos que preencheriam sua mente no momento – milimetricamente vê as montanhas de informação se formando. Fazia suas anotações mentais, querendo entender o mundo no crítico momento externo de sua vida. Os passos diminuem quando procura o vago do céu e relaxa do mundo, respira-o transitando em degradé essa sua objetividade insólita para subjetividade, suavizando seu ser, por um segundo, e depois sentava na roda de amigos com um olhar que silenciava a conversa.