domingo, 14 de novembro de 2010

Possibilidades

I Ato


Só você sabe a chave para fazer isso parar. Eu sozinho não sou nada. Repito que você é física, e pode me tocar. Pode me sublimar para a calma – e só ela – aparecer para me levar como nuvem. Não esqueça, sou feito de tudo que há de expressivo e maluco nesse mundo. E não é por isso que não deixo de sentir tudo isso, toda essa árvore. Tudo isso não é mais que essa história, toda essa vida imensa não se resume à essas horas bobas em que eu pareço ficar tão frágil. Fada Azul, não se quebre agora.


II Ato

Entrei porque não havia porta, você queria tanto que ela não era necessária. Tudo isso que me deixa ansioso, que me deixa desse jeito pirado, não me deixa metáforas além do simples SIM, entrei nessa porta porque quis.


Sinto que me resta não só

essas peças que olho e não passo

Estes sonhos cravados no espaço

desejos reprimidos por obrigação


Ato III


Reprimi esses pensamentos baixos, tristes

porque sei que não dá mais para segurar

as coisas que me obrigavam a usar

essa tristeza tosca e falsa.

Então, que acabe logo essa coisa!

Sei que não preciso mentir

não preciso saber simular

só preciso sentir rebeldia

essa coisa tão boa

e desenhar os passos

mesmo que ilusórios

para nossa estrada infinita

de possibilidades.


Por isso não conta a história do passado, e sim do presente. Mesmo porque a tangente do futuro não existe.



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